Brasília — 8 de setembro de 2025. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta semana as sessões do julgamento que coloca o ex-presidente Jair Bolsonaro no centro do chamado “núcleo político” da trama golpista pós-2022. A expectativa é de votações entre terça (9) e sexta (12), com possibilidade de sessões extras para concluir todos os votos.
Quem está no banco dos réus
Além de Bolsonaro, respondem no mesmo processo ex-ministros e militares da alta cúpula, como Walter Braga Netto, Augusto Heleno, Almir Garnier, Anderson Torres e Paulo Sérgio Nogueira, além do deputado Alexandre Ramagem e do tenente-coronel Mauro Cid (delator). Eles são apontados como parte do “núcleo 1” — a frente político-institucional do plano.
Os crimes e as penas em discussão
A acusação engloba cinco crimes relacionados à tentativa de subverter o resultado eleitoral e ao planejamento de um estado de exceção. Se houver condenação em todos os pontos, as penas somadas podem ultrapassar 40 anos de prisão; a definição da dosimetria, porém, fica para o último dia do julgamento.
Calendário e rito
A semana foi reservada para leitura de votos e eventuais ajustes de agenda. O presidente da Primeira Turma, ministro Cristiano Zanin, já sinalizou sessões adicionais para garantir a conclusão do caso ainda nesta etapa.
Impacto político imediato
O processo acirrou o clima no Congresso: governistas tratam o julgamento como “marco histórico”, enquanto a oposição fala em “perseguição” e “farsa”. Em paralelo, analistas avaliam possíveis efeitos colaterais sobre 2026, inclusive a hipótese de extensão de inelegibilidade por novas condenações penais, lembrando que Bolsonaro já está inelegível até 2030 por decisão do TSE de 30 de junho de 2023.