Porto Velho — A comparação entre os governos de Confúcio Moura e Marcos Rocha expõe um contraste evidente no setor de saúde de Rondônia. Enquanto Confúcio transformou compromissos em obras concretas, Marcos Rocha ainda enfrenta cobranças por projetos anunciados e não concluídos, em especial no que se refere à substituição do Hospital João Paulo II e à implantação do Hospital Estadual de Urgência e Emergência, o Heuro.

Durante seus dois mandatos como governador, entre 2011 e 2018, Confúcio Moura implementou melhorias que impactaram diretamente a vida da população. Um exemplo foi a inauguração do barco-hospital em Guajará-Mirim, que levou atendimento médico a comunidades ribeirinhas e até mesmo a moradores de regiões bolivianas. Outro marco importante foi a instalação do Centro de Hemodiálise em Ariquemes, investimento de aproximadamente R$ 6 milhões que pôs fim às longas e desgastantes viagens semanais de pacientes renais até Porto Velho.
Confúcio também entregou a Policlínica Oswaldo Cruz e o chamado “Barretinho”, em Porto Velho e Cacoal, oferecendo tratamento especializado em câncer com maior humanização. Para aliviar a crise crônica do Pronto-Socorro João Paulo II, estabeleceu parcerias com as Irmãs Marcelinas, permitindo a transferência de pacientes e reduzindo a superlotação. Além disso, em 2014, apresentou o projeto do Heuro em São Paulo, na Bovespa, dentro de um modelo de Parceria Público-Privada, com orçamento de R$ 2,7 bilhões, que previa a construção e operação de um hospital moderno para resolver a demanda de alta complexidade da capital. Naquele período, Rondônia alcançou o segundo lugar nacional em oferta de leitos de enfermaria e UTI pelo SUS, com índice de 1,83 por mil habitantes, segundo estudo do Conselho Federal de Medicina, patamar equivalente ao de estados da região Sul.
Já sob o governo de Marcos Rocha, a saúde tem sido tratada como prioridade nos discursos, mas os avanços concretos ainda não correspondem às promessas. Rocha anunciou a construção de um novo Hospital João Paulo II e a retomada do projeto do Heuro, ambos ainda sem conclusão. O que se viu até aqui foram reformas pontuais no João Paulo II, como ajustes em redes de esgoto, banheiros e melhoria no fluxo interno de pacientes, que são questionados.
Embora os relatórios oficiais mostrem aumento nos repasses aos municípios — que saltaram de R$ 7,3 milhões em 2019 para R$ 142,7 milhões em 2024, e incremento nos exames diagnósticos, a mortalidade infantil, um dos principais indicadores de saúde, registrou 12,3 óbitos por mil nascidos vivos no primeiro quadrimestre de 2024, número superior ao de 2023, quando a taxa era de 11,5. A promessa de substituição integral do João Paulo II, hospital considerado um dos mais críticos do país, permanece como expectativa da população.
Na prática, enquanto Confúcio Moura entregou obras de grande impacto, ampliou a rede de atendimento e deixou legado estrutural reconhecido até por críticos, Marcos Rocha ainda é pressionado a mostrar resultados que ultrapassem a barreira das intenções.
A diferença entre os dois governos fica clara quando se coloca lado a lado os dados e realizações: Confúcio consolidou sua gestão com ações tangíveis, enquanto Rocha, até aqui, segue marcado por anúncios e prazos que não se materializaram.