A capital de Rondônia, Porto Velho, vive dias de caos que escancaram o descontrole do sistema de segurança pública e a incapacidade do governo em conter o avanço do crime organizado. Desde domingo (12), uma onda de ataques orquestrados por facções criminosas, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC), tem transformado a cidade em um campo de batalha.
O assassinato brutal do cabo da Polícia Militar Fábio Martins no condomínio Orgulho do Madeira e do ex-policial penal Francisco de Assis Oliveira em um restaurante na zona Sul foi apenas o começo. Criminosos intensificaram os ataques com explosões, incêndios e atentados contra escolas e veículos, atingindo não só Porto Velho, mas também municípios próximos como Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste e Extrema.
Nesta terça-feira (14), a crise ganhou novos contornos com a divulgação de um áudio alarmante, supostamente de um integrante do CV ou PCC. Na mensagem, o criminoso afirma que “vai tocar o terror” em Porto Velho, declarando que não adianta a polícia tentar reagir, pois, segundo ele, “quem manda são eles”. A ameaça direta à população ressalta que os ataques podem acontecer a qualquer momento e em qualquer lugar, ampliando ainda mais o clima de medo na capital.
Enquanto ônibus escolares e urbanos ardem em chamas e bombas explodem em áreas públicas, o governo federal se mantém em silêncio. A apatia ou, para alguns, conivência, reflete um cenário desolador: facções criminosas estão cada vez mais organizadas e confiantes, enquanto o Estado demonstra fragilidade em proteger os cidadãos.
Forças policiais estaduais têm agido com operações intensivas e algumas prisões foram realizadas, incluindo a de um suspeito envolvido na execução do cabo Fábio Martins. Mas os ataques continuam, com facções utilizando bombas caseiras, coquetéis molotov e armamento pesado, numa demonstração de que estão dispostas a levar Porto Velho ao colapso.
A rotina da cidade, já marcada por desafios estruturais, agora é dominada pelo medo. Famílias vivem reféns de um sistema que não só falha em protegê-las, mas parece ter perdido o controle de suas próprias instituições.
A ameaça registrada em áudio deixa um alerta claro: os moradores de Porto Velho não estão seguros. E enquanto o governo hesita em agir com firmeza, quem ganha força são as facções, que já não escondem quem realmente manda na cidade.
Fonte: Redação